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13 de dezembro de 2007

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Iberoamérica
Brasil

Heloneida Studart


Luiz Sérgio Henriques
Gramsci e o Brasil / La Insignia, dezembro de 2007.

 

A morte de Heloneida Studart, em 3 de dezembro, desfalca irremediavelmente as fileiras dos veteranos combatentes da frente democrática contra a ditadura, uma frente que, entre as diferentes forças de esquerda, foi defendida incansavelmente pelo velho PCB, o seu partido de origem. Mais do que tudo, Heloneida foi uma legítima representante da cultura política que protagonizou esta estratégia de frente, um fato crucial da moderna política brasileira, mas ainda hoje tão mal compreendido tanto em seu sentido histórico quanto em suas projeções essenciais.

Feminista histórica, Heloneida participou da fundação, em 1975, do Centro da Mulher Brasileira e escreveu um best-seller que imprimiu sua marca em muitas gerações: Mulher, objeto de cama e mesa, com quase 300 mil exemplares vendidos. Romancista de valor, deixou, entre outros títulos, O pardal é um pássaro azul, O estandarte da agonia (inspirado na saga trágica de Zuzu Angel) e O torturador em romaria, que compõem uma densa "Trilogia da tortura".

Na política, a partir de 1978, Heloneida obteve sucessivos mandatos como deputada estadual no Rio de Janeiro, primeiro pelo MDB (dada a clandestinidade do PCB), depois pelo PT, partido ao qual se filiou em 1990. Têm a sua assinatura importantes leis em defesa da dignidade da mulher, como, por exemplo, a que garante, no estado do Rio, a realização gratuita do teste de DNA para as mães de baixa renda.

O último trabalho publicado por Heloneida foi a biografia política e intelectual do dirigente comunista Luiz Inácio Maranhão Filho, homem da paz e do diálogo entre cristãos e marxistas - como se dizia em plena atmosfera criada pelo Concílio Vaticano II e pela "abertura" de alguns partidos comunistas, em particular o italiano -, e que foi trucidado na vaga repressiva que se abateu, em meados dos anos 1970, sobre o grupo dirigente e vários militantes do partidão. Muito significativamente, o livro se chama Luiz, o santo ateu, e foi publicado em 2006 pela editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

No dicionário Mulheres do Brasil, organizado por Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil, Heloneida Studart vem incluída entre as 100 mulheres mais importantes de toda a história do nosso país.

 

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