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28 de noviembre del 2005 |
Stephen Leahy
Representantes de 180 países
se reúnem para finalmente
colocar em marcha
o Protocolo de Kyoto, que
controla a mudança climática, e iniciar
um novo debate internacional
sobre o que acontecerá depois que o
acordo terminar, em 2012. A evidência
científica da prejudicial mudança
climática se torna mais convincente e
o interesse público aumenta, mas são
poucas as esperanças de uma ação
concreta durante este encontro, embora
seja um dos maiores já realizados
sobre este tema. Se conhece como
mudança climática as variações
do clima atribuídas ao aquecimento
global, provocado pelos gases que
causam o efeito estufa, entre eles o
dióxido de carbono. "Ninguém irá a Montreal para chegar a um novo acordo sobre o que fazer depois de Kyoto", disse Elliot Diringer, diretor de Estratégias Internacionais do Centro Pew sobre Mudança Climática. "O máximo que se pode esperar é um acordo sobre um processo com vistas aos próximos passos", disse Diringer. "Entretanto, os Estados Unidos se opõem firmemente inclusive a falar desse processo", acrescentou. A reunião de Montreal consiste de dois encontros simultâneos, entre 21 de novembro e 9 de dezembro: A XI Conferência das Partes para a Convenção- Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática e a I Reunião das Partes do Protocolo de Kyoto (1997). Os encontros são conhecidos como Montreal COP/MOP (sigla em inglês). A Reunião das Partes de Kyoto inclui alcançar um acordo sobre como implementar as primeiras metas de redução de emissões de gases que causam o efeito estufa sob o Protocolo. Ratificado por 156 países, o documento estabelece como objetivo, para o período 2008-2012, a redução desses gases, em média, 5,2% abaixo dos níveis de 1990. Os Estados Unidos se retiraram do acordo em 2001. "Não podemos permitir que o governo do presidente norte-americano, George W. Bush, faça de refém o resto do mundo por sua negativa em participar de acordos internacionais", disse Steve Sawyer, conselheiro de Políticas Climáticas da organização não-governamental Greenpeace Internacional em Amsterdã. "Não podemos nos dar ao luxo de perder outros quatro anos", afirmou em uma entrevista. Embora o Canadá esteja em último no clube de Kyoto para concretizar suas reduções -suas emissões são 25% superiores às de 1990-, o país deseja transformar estas reuniões em uma referência mundial para tomada de atitudes sobre a mudança climática. "Esperamos que Kyoto comece com o pé direito", disse David Brackett, conselheiro especial para a divisão de Assuntos Climáticos Globais do governo canadense. "O Canadá quer transformar isto em um enorme acontecimento e está abrigando muitos eventos paralelos", disse Brackett. Com mais de dez mil participantes representando governos, setor privado e a sociedade civil, e cerca de 1,5 mil jornalistas cobrindo o encontro, em restaurantes e bares da fria Montreal haverá especulações candentes sobre o que virá depois de Kyoto. O certo é que está terminando o tempo para se adotar ações que impeçam o desastroso impacto da mudança climática, anunciado por cientistas. Regiões da Ásia e América do Sul caminham para uma crise de fornecimento de água porque as geleiras estão derretendo rapidamente, enquanto se projeta que as pessoas que estão em risco de enfrentar inundações causadas por tempestades costeiras aumentarão dos atuais 75 milhões para 200 milhões em 2080, segundo informaram à revista Nature, recentemente, cientistas do Instituto de Oceanografia Scripps, com sede nos Estados Unidos. O Fundo Mundial para a Natureza também divulgou recentemente um documento mostrando que o aumento de temperatura da água está afetando os peixes de água doce e salgada, bem como outros animais marinhos. Por exemplo, o salmão e o esturjão não podem desovar se as temperaturas de inverno não são suficientemente baixas. A mudança climática já causa aproximadamente cinco milhões de casos extras de severas doenças humanas por ano, e mais de 150 mil mortes extras, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). "É alarmante que a mudança climática seja mais rápida do que nossas medidas para controlá-la", disse Peter Gleick, presidente do Instituto Pacífico, um centro independente de pesquisas, com sede nos Estados Unidos. "Todos se dão conta de que são necessárias mudanças substanciais das emissões dos gases que causam o efeito estufa, da ordem de 60% a 80%", afirmou o especialista. Contudo, será muito difícil conseguir que os países cheguem a um acordo para estabelecer objetivos para reduções substanciais, acrescentou. Isto se complica pela intransigência dos Estados Unidos. "Washington deveria prestar contas à comunidade mundial para mostrar que está fazendo sua parte para reduzir as emissões", acrescentou Gleick. Paula Dobriansky, subsecretária de Estado para a Democracia e Assuntos Globais e principal negociadora norte-americana na reunião climática de Montreal, se negou dar entrevista ao Terramérica. Segundo Diringer, Brasil, México, África do Sul e China estão entre os novos atores que podem assumir um papel de liderança no desenvolvimento de um plano para as reduções depois de Kyoto. "Espero que a posição dos Estados Unidos não sirva de desculpa para que outros países não façam nada", afirmou. (*) O autor é correspondente da IPS. |
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