Mapa del sitio Portada Redacción Colabora Enlaces Buscador Correo
La insignia
8 de agosto del 2005


Violência na juventude


Tanya Byron (*)
COAV. Brasil, agosto de 2005.


Não há nada mais assustador do que falar com uma criança que já feriu ou matou alguém, ou que deseje fazer isso; a alegria e o otimismo da infância se choca diretamente com uma visão pessimista e cínica da vida - e de suas próprias vidas.

Estas crianças não tiveram uma infância do jeito que nós achamos que deveria ser. Geralmente, vêm de lares onde não há harmonia; muitas vezes estão inseridas em contextos de violência como testemunhas ou vítimas; são garotos que não tiveram pai ou pelo menos um modelo paterno por perto; que estão há muito tempo fora da escola; que foram esquecidos por suas famílias, comunidades e pela a própria sociedade.

Essas crianças ainda lutam para encontrar seu lugar no mundo. Se transformam em pessoas amargas e hostis. Desenvolvem um mentalidade "nós contra eles", ficam paranóicas.

Como não se sentem parte de uma família ou comunidade, acabam se juntando com outras crianças e adolescentes em gangues; desenvolvem seus próprios códigos sociais valorizando conceitos como respeito e vingança. Dentro do seu grupo, mantém o status através de atos de lealdade - que quase sempre quer dizer defender sua honra a qualquer custo. De repente, estas crianças com baixa auto-estima sentem que fazem parte de um conjunto de relações construídas com base no respeito e lealdade; e cujo símbolo máximo muitas vezes é a arma.

Toda esta nova realidade será mostrada esta semana no programa Panorama ('Armas, Facas e Crianças', BBC 1) - com o qual eu contribui como psicóloga clínica. Para realizar as entrevistas, a repórter Shelley Jofre teve acesso a alguns dos jovens mais violentos do país - todos com menos de 21 anos de idade e com um histórico de violência que inclui o assassinato de um garoto de 15 anos.

Eles contam suas histórias sem demonstrar qualquer emoção - a violência é vista como algo que faz parte de suas vidas. Os depoimentos são chocantes. Mas será que estes jovens são diferentes dos outros? Ou será que fazem parte de uma nova geração mais violenta?

Enquanto os números da violência apresentam tendência de queda em várias modalidades, os crimes com uso de armas brancas e de fogo envolvendo jovens estão cada vez mais brutais. Trabalhei com muitos adolescentes (alguns de apenas 10 anos) para quem a violência armada fazia parte do seu cotidiano, e outros que já tinham ferido ou matado alguém.

Histórias de crimes assim chocam a sociedade e nos levam a pensar sobre a necessidade de se criar leis mais duras para prevenir ou punir. O fato é que a cultura armada não pára de crescer e as leis por si só não são a única resposta para o problema.


(*) Artigo publicado no dia 29 de julho no site Times Online.



Portada | Iberoamérica | Internacional | Derechos Humanos | Cultura | Ecología | Economía | Sociedad Ciencia y tecnología | Diálogos | Especiales | Álbum | Cartas | Directorio | Redacción | Proyecto