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27 de setembro de 2002 |
Jogo pesado e baixo
La Insignia. Brasil, setembro de 2002.
Fernando Henrique Cardoso discursou no Itamarati - Ministério das
Relações Exteriores - diante do capataz da Argentina. Eduardo Duhalde.
O fez de forma envergonhada, de cabeça baixa, sem coragem de olhar para
as pessoas com a arrogância que sempre teve.
O brasileiro falou sobre a alta do dólar, criticou os especuladores, falou dos que sacrificam o povo brasileiro, dando a impressão que não é ele, pelo menos nominalmente, o chefe do "governo". É simples entender isso. Só é chefe nominalmente. Na prática não tem poder e nem força moral para impedir as manobras especulativas sob a batuta de Armínio Fraga, um dos dois principais agentes estrangeiros no País, o outro é Malan, que estão permitindo, há dias, ganhos espetaculares por parte de banqueiros e especuladores. Parte da imprensa brasileira quer saber por que o Banco Central não investiga e apura quem são os especuladores. Mas, busca insinuar que a alta do dólar é provocada pela possível vitória de Lula. A visível palidez moral de FHC talvez tenha vindo à tona por estar ali, à sua frente, o argentino. Sabe que Brasil e Argentina foram transformados em pó nesses anos de neo liberalismo e que cumprem apenas determinações dos verdadeiros donos. George Soros foi muito claro sobre isso: "quem manda são os Estados Unidos..." O jogo entre os candidatos a presidente começou a subir de tom. Serra, desesperado e com a canalhice que o caracteriza, padrão Billy The Kid, recomeçou a disparar. Contra tudo o que vê à sua frente. O candidato, ao contrário de seu padrinho FHC, continua arrogante, prepotente, alucinado/desatinado. Além do temor de vitória de Lula no primeiro turno, enfrenta o risco de disputar a segunda vaga, num eventual segundo turno, com um pilantra travestido de socialista e enviado de Deus, Anthony Garotinho. É demais para a sabedoria dele, o "preparado". Ciro parece ter rendido-se à evidência: perdido em seu provincianismo, custou a reagir e a não ser que haja um milagre, está fora do páreo. Faz figuração. Mesmo assim continua disparando contra todos. É claro estamos no Brasil onde os institutos de pesquisa, em sua esmagadora maioria, trabalham para o poder. O que Garotinho e Ciro não percebem, ou percebem e fazem-se de bobos, Ciro já tocou no assunto, é que o vendaval de análises que varre o Brasil dando como inevitável o segundo turno, destina-se apenas a permitir a fraude nas urnas eletrônicas a favor de José Serra. Essa era uma suspeita, passou a ser uma certeza. Os mais diferentes setores ligados à informática, especialistas de idoneidades indiscutíveis, confirmam que o sistema é vulnerável e a postura do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de evitar qualquer chance de fiscalização e garantia de segurança do voto só faz aumentar essa certeza, até por quem preside o tribunal. Um compadre de Serra. Outro dado que mostra que o jogo está pesado e baixo foi uma entrevista do empresário Antônio Ermírio de Moraes, presidente do maior grupo "privado" do Brasil, o "Votorantin". Ermírio disse na "Folha de São Paulo", edição de 26 de setembro, um monte de boçalidades e asneiras. Quem se lembra das eleições de 1986, quando perdeu o governo de São Paulo para Orestes Quércia, não vai ter dúvidas do caráter do empresário. Acusa Lula. Levanta suspeitas sobre a capacidade do petista. Insinua que os investidores estrangeiros podem fugir do Brasil com a vitória de Lula. Coisas do gênero. A história do Votorantin, que atua em quase todos os setores industriais do País, precisa ser contada para acabar com essa história de empresário vitorioso. Cresceu com dinheiro público, financiamentos a prazos e juros baixíssimos saídos dos cofres públicos, ao tempo de seu pai, José Ermírio de Moraes. Foi senador era ligado a Arraes e a Jango, puro interesse. Com o golpe militar de 64 mostrou sua verdadeira face. Aderiu de pronto. Antônio Ermírio deu a entrevista a pedido de José Serra, do esquema do candidato oficial, tentando anular o impacto de várias adesões de empresários brasileiros a Lula. Aquela conversa de "eu sou o maior (isso parece ser contagioso no meio de Serra), o melhor preparado e estou com Serra". Lula tem lembrado o equívoco de 89, quando o eleito foi Collor de Mello. Serra tem o mesmo estilo, embora tenha vendido a imagem de Ciro como o novo Collor. Os programas do petista mostram no que deu a eleição do desvairado de Alagoas. É uma forma de responder, um jeito inteligente, à sordidez da campanha do tucano. Que agora deu para falar que vai aumentar o salário mínimo para 300 reais, pouco menos de 100 dólares. É preciso ter cuidado com as manobras torpes das elites que apoiam Serra. São capazes de vender a mãe para ter um lucro, ou a certeza que continuam lépidos e fagueiros com as mãos nos cofres públicos. No dia 3 de outubro, em 1989, quando a eleição de Collor estava por um fio, além das "invenções" da "Globo", seqüestraram um empresário de ultra direita, Abílio Diniz, dono da maior rede nacional de supermercados e isso foi fatal para qualquer pretensão do petista. A televisão transmitiu ao vivo lances do seqüestro resolvido em pouco mais de 6 horas, tudo matematicamente. Ou seja: dentro do horário de votação, que é das 8 às 17 horas. O jogo pesado e baixo contra Lula não pode permitir que a hipótese de um ato assim venha a acontecer. Serra, o que ele representa, são capazes de qualquer coisa. São amorais. |
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