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26 de setembro de 2002 |
O diploma e o caráter
Revista Forum. Brasil, setembro de 2002.
De um lado, o bom. Do outro, o mau. É assim que os maus escrevem a história. Pra virarem bons. E para a sociedade restringir-se a bandidos e mocinhos. Despedaçando-se.
Lula não é o redentor. Serra não é o capeta de tridentes, apesar das semelhanças. Faz tempo que o tempo deveria ser colocado no futuro, discutindo o passado-presente. A disputa não é do mais bonito, simpático, elegante ou de quem tirou as melhores notas nas provas de geometria. É (sim) de projetos. Candidaturas (e não candidatos) representam, legitimamente, grupos, segmentos, parcelas da população, regiões etc. Importa saber a quem cada um deles representa. Que grupos sustentam Lula, Serra, Ciro e mesmo Garotinho? Quem está com eles? Quais segmentos da sociedade civil, do movimento sindical e social, do empresariado, da cultura, da universidade, dos projetos políticos internacionais e mesmo do sistema financeiro? Por que os tais "investidores" preferem um ao outro? Por que os sem-terra também têm sua opção? Não vai ter 10 a zero. Todos (aqui ou ali) vão resvalar em posições dúbias, não vão poder fazer tudo que desejam e nem desejam fazer tudo que prometem. Mas não vai ser um dedo a mais ou a menos, um diploma disso ou daquilo, alguns cabelos brancos ou uma testa grande que vão mudar o resultado. Se alguma coisa pode fazer a diferença é a capacidade de liderar. De construir. De negociar posições. De representar melhor o projeto escolhido. Mas nem isso é tão importante quanto saber quem sustenta cada lado, cada história, cada discurso... Claro, também vale a pena dar uma pensada a respeito do caráter de cada candidato. Afinal, caráter é uma característica pessoal que vale mais que qualquer diploma. (*) Renato Rovai é editor da Revista Fórum. |
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