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La insignia
20 de setembro de 2002


Brasil

Jáder Barbalho, Elias Maluco
e José Serra: Um trio da pesada


Laerte Braga
La Insignia. Brasil, setembro de 2002.



A Justiça Federal do Mato Grosso decretou a prisão preventiva do ex presidente do Senado, Jáder Barbalho. O motivo é óbvio: corrupção. Jáder foi um dos principais parceiros de FHC até renunciar ao seu mandato. Foi eleito presidente do Senado num acordo com os tucanos, para que Aécio Neves viesse a ser o presidente da Câmara.

Elias Maluco, acusado do assassinato do jorrnalista Tim Lopes, foi preso pela Polícia do Rio de Janeiro numa operação em que não houve um único disparo. Dentro da lei, pelo menos aparentemente. E deve ter sido assim. A governadora Benedita da Silva, malgrado os equívocos políticos, não é um Garotinho da vida.

José Serra continua solto e ameaça o Brasil com toda a sorte de fraudes possíveis. Meteu na cabeça que é o único capaz de governar o País e mesmo sem conseguir empolgar o eleitorado e até figuras do primeiro escalão de FHC, resta sempre o medo das urnas eletrônicas administradas por seu cumpincha e compadre, o "líder do governo no Judiciário", Nelson Jobim. O cúmulo da desmoralização de um Poder.

Jáder Barbalho é bandido há anos. Atua na política paraense desde os tempos da ditadura e ganhou projeção nacional como corrupto. Parceiro de FHC, é um dos principais líderes da quadrilha chamada PMDB. Foi usado pelo capataz geral de Washington no Brasil em dois momentos decisivos. O primeiro, quando FHC resolveu rifar Antônio Carlos Magalhães, então presidente do Senado. O PMDB e o PSDB fizeram um acordo que consistia em isolar o baiano e seu partido, o PFL. Jáder iria para a presidência do Senado e Aécio Neves para a presidência da Câmara. O projeto vingou, ACM foi derrotado e sua reação resultou no afastamento de ambos, ele e Jáder do Senado. Corrupção, evidente.

O segundo, quando o PT conseguiu o número suficiente de assinaturas para instaurar a CPI da Corrupção. O próprio Jáder assinou o requerimento, como forma de tomar mais grana e tentar garantias impunidade, junto a FHC e o resto da quadrilha. Só no STF (Supremo Tribunal Federal já têm três ministros e ameaçam com um quarto, o corrupto Procurador Geral da República, Geraldo Brindeiro.

Jáder montou um esquema para esvaziar o requerimento, dando prazo aos que assinaram para manter ou retirar a assinatura até a meia noite do dia da apresentação. Isso foi decidido na madrugada por ele e FHC, em Palácio. Durante o dia o esquema funcionou: foram liberadas verbas, concessões de canais de televisão e estações de rádio e à meia noite o número mínimo para a constituição da CPI já não existia mais.

Jáder, depois disso, não sendo mais útil, aquele quadrilheiro que ganha um poder muito grande e começa a incomodar os verdadeiros chefões, restou preso, inclusive. Um acordo do tipo "preso eu abro o bico", terminou num acordo e Jáder é candidato a deputado federal. Tem 1 em cada 20 votos de seu Estado, o Pará. Onde, aliás, foi governador por duas vezes. Roubou o que pode e não pode.

Elias Maluco é um traficante de drogas que, como muitos, controla determinada região na cidade do Rio de Janeiro, no próprio Estado. Como no Brasil o sujeito dorme, acorda e trabalha com a "Globo" noticiando o dia inteiro que o dólar sobe e a bolsa cai, sem falar no fato que os principais bandidos estão em Brasília, incomoda pouco.

Ou por outra: incomoda quando comete desatinos como o assassinato de Tim Lopes. Enquanto estiver matando trabalhador, assaltando turista, não é problema. O jornalista acabou constituindo-se em fator de mobilização para que todos entendessem a necessidade de combater o estado paralelo que é o tráfico de drogas. Estúpida, sua morte acabou ganhando o sentido de despertar a todos para a realidade brutal do crime organizado e não amparado pelo poder público, como o que instalou-se em Brasília.

Foi preso por uma Polícia num Estado governado pelo PT, numa operação planejada de forma inteligente, lúcida, sem qualquer violência típica de polícias pelo Brasil afora, como no massacre de camponeses em Eldorado do Carajás, ou nas armações contra José Rainha. Vai juntar-se a outros e o tráfico de drogas vai continuar na medida que não existe política nacional de combate ao crime organizado, à violência, só política para pagar banqueiros.

José Serra é uma extensão de FHC. Sem caráter, sem qualquer respeito por coisa alguma que não seus interesses, quer ser presidente (quer dizer, capataz) do Brasil. Assustado com a reação negativa ao seu programa de televisão, onde fez criticas baixas e grosseiras a Lula, apressou-se em dizer de público, para todos os cantos, que queria debater idéias e não baixar o nível.

No programa do dia seguinte só mudou o estilo de grosseria, baixaria, estilo típico de tucano. Está transtornado, não entende como a maioria do eleitorado possa preferir um candidato trabalhador a um vagabundo supostamente preparado.

No tal programa fez um paralelo entre ele e o candidato do PT. Lembra a máfia. Trilhou toda a estrutura interna, desde olheiro, a pistoleiro, até chegar ao estágio de tentar ser o capo. Fala em idéias, não é capaz de apresentar alguma. Sofre da obsessão de querer mostrar-se o melhor, o maior, o mais capaz. Perdeu a referência mínima que deve orientar um candidato, mesmo um corrupto como ele.

É lato senso, uma ameaça maior que Jáder, maior que Elias Maluco. E pior, montado numa eficiente máquina de quadrilhas que tomaram de assalto o poder no Brasil, assusta com a perspectiva que tenhamos a maior fraude de nossa história: a da votação eletrônica que dá o resultado que o governo quiser.

Esse é o risco real. Os caras fazem e farão de tudo para não perder o controle do cofre, do botim.

A eleição, no Brasil, ganha dimensões de ou resistimos a essa corja que está no poder e quer continuar, Serra é a face visível deles. Ou elegemos Lula e criamos condições mínimas para retomarmos o destino de todos nós enquanto seres desejosos de sermos os sujeitos da nossa história. Com todas as críticas que possam ser feitas a Lula.

A propósito, esse negócio de preparo, isso e patológico em Serra, não confere a ninguém nem grandeza e nem dignidade. Atributos que Serra nunca teve e nem terá. Mas Lula tem de sobra.

Ah! Parece bobagem, mas um dos parceiros de Jáder na operação para abafar a CPI, foi o presidente da Câmara, Aécio Neves, que ameaça ser governador de Minas, com apoio de um tresloucado, no caso Itamar Franco.



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