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La insignia
18 de setembro de 2002


Brasil

Campanha de José Serra parte para a baixaria


Agência Informes. Brasil, setembro de 2002.



A possibilidade apontada pelas pesquisas de intenções de voto do candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ganhar as eleições já no primeiro turno fez com que o candidato do governo, senador José Serra (PSDB), deixasse de lado a discussão de propostas de governo e baixasse o nível desta campanha eleitoral.

Os programas eleitorais de Serra no rádio e na TV, nesta terça-feira ao meio-dia, desferiram ataques grosseiros a Lula e ao PT. Em um deles, Serra questiona o fato de Lula não possuir curso superior e, em outro, acusa o presidente nacional do partido, deputado José Dirceu (PT-SP), de supostamente insuflar professores em greve que teriam agredido o ex-governador Mário Covas (PSDB-SP), morto em 2001. À noite, todo o programa de Serra foi dedicado a atacar sorrateiramente Lula e o PT.

A assessoria jurídica do PT entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) hoje à tarde pedindo a suspensão do programa de Serra. À noite, o ministro Caputo Bastos, TSE, acolheu a representação da coligação Lula Presidente e concedeu liminar determinando a suspensão imediata da propaganda "ilegal e ofensiva" do candidato governista levada ao ar durante os programas no horário eleitoral.

Segundo a Agência Estado, assessores ligados à campanha tucana detectaram que "é fundamental reverter a probabilidade levantada por analistas e pelo próprio mercado financeiro, de que Lula poderá vencer a disputa no dia 6 de outubro". E a estratégia escolhida pelo comando é atacar o PT.

O site Globonews.com.br diz que Serra partiu para a "pancadaria". A Folha Online diz que Serra detonou uma guerra eleitoral, ao "elevar o tom dos ataques". A Folha Online informa ainda que "a estratégia dos tucanos é afastar a chance de Lula vencer no primeiro turno". De fato, o desespero dos tucanos é evidente ante a ameaça concreta de eleição de Lula no dia 6 de outubro. Por isso, eles anteciparam a nova estratégia antes mesmo da reunião que o comando de campanha de Serra faria nesta quarta-feira, em Brasília. A ordem no comitê de Serra agora é "bater no Lula", numa inversão da estratégia anterior que era "debater com o Lula".

Como nos ataques que promoveu ao candidato Ciro Gomes (PPS) quando ele estava em segundo lugar nas pesquisas, o programa de Serra utilizou atores para criticar o grau de escolaridade do petista e para acusar o partido de agredir o governador Mário Covas em 1999. Ávido pelos ataques a Lula e ao PT o programa de Serra escorregou nas informações até do seu próprio candidato. No rádio, confundiu datas da biografia do senador. Na tentativa de comparar as biografias de Serra e de Lula, o locutor do programa tucano informa que enquanto Lula disputava com Fernando Collor a Presidência da República, Serra disputou e se elegeu senador da República, sendo "o senador mais votado do Brasil". A disputa entre Lula e Collor, no entanto, se deu em 1989 e a eleição de Serra para o Senado aconteceu em 1994. A eleição de 89 foi uma eleição solteira, apenas para presidente da República. Nesta ocasião Serra era deputado federal por São Paulo e se reelegeu deputado federal em 1990.

A informação de que Serra foi o senador mais votado do Brasil foi corrigida. Nos primeiros programas do PSDB, antes da oficialização da candidatura de Serra, ele era apresentado como "o senador mais votado da história do Brasil". Em número de votos, Serra fica em quarto lugar. Perde para Mário Covas, o mais votado até hoje em 1986; para Fernando Henrique Cardoso, também em 1986 e para Eduardo Suplicy em 1998.



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