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2 de setembro de 2002 |
Linha Aberta. Brasil, 30 de agosto de 2002.
Mais de 150 cientistas, artistas e intelectuais brasileiros já assinaram um manifesto de apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. O documento, intitulado "Agora é Lula", circulou no encontro realizado nesta quinta (29), no Rio de Janeiro, que reuniu mais de 300 famosos —de Chico Buarque a Zeca Pagodinho; de Celso Furtado a Nelson Pereira do Santos; de Leandro Konder ao físico José Leite Lopes, passando por Antonio Candido, Walnice Galvão, José Luis Fiori.
A coordenação nacional da campanha Lula Presidente entregou cópias do manifesto às delegações de outros Estados. Os artistas também quiseram cópias para recolher mais assinaturas. Até segunda-feira será definido um endereço para onde as assinaturas devem ser enviadas e uma data limite para a entrega das assinaturas. O manifesto pode ser impresso para que internautas recolham assinaturas e enviem ao partido. Leia abaixo a íntegra do documento. Agora é Lula Manifesto de apoio dos cientistas, intelectuais e artistas à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva A sociedade brasileira mobiliza suas forças, sua criatividade e sua paixão para pôr um novo Projeto Nacional. O país foi conduzido por descaminhos que nos afastaram dos objetivos que traçamos ao longo do processo de reconquista pela concentração de renda, da terra e da tecnologia. Pela exclusão social e cultural. Todo o tecido social foi alcançado por uma violência que parece não ter limites. Nós, cientistas, intelecutais e artistas de diversas regiões do Brasil, participantes ativos da resistência à ditadura e da laboriosa construção de uma alternativa democrática para o país, não podemos permanecer indiferentes aos dramas que afligem nossa gente. Somos um povo vigoroso, trabalhador e criativo. Recusamos a imposição de nos converter numa oficina condenada a produzir juros dia e noite para saciar credores insaciáveis. A falência do projeto neoliberal vigente exige de todos a participação corajosa na busca de saídas democráticas que abram as portas para a inclusão social. Temos, atrás de nós, gerações novas, ansiosas por contribuir com seu talento para a construção democrática do Brasil. E temos, diante de nós, o dever incontornável de oferecer a elas uma perspectiva de futuro digno. A formulação de um novo projeto nacional generoso, no qual tenham lugar todos os brasileiros e brasileiras, contemplados em sua diversidade étnica e cultural, e aberto ao mundo sem medo e sem subserviência, passa por uma decisão fundamental: investir em ciência e tecnologia, estimular a cultura e as artes é investir em soberania. Não se constrói um projeto nacional, democrático, soberano e sustentável, sem decidio apoio à pesquisa científica e à criação artística. No aproveitamento sustentável de todas as potencialidades dos grandes ecossistemas brasileiros, que vão dos pampas à Amazônia e passam pela Mata Atlântica, cerrado, pantanal, semi-árido e pelo mar, é preciso investir estrategicamente no conhecimento dos seus recursos naturais, valorizando sua grande diversidade étnica e cultural. Essa imensa tarefa será viável quando reforçamos as Universidades Públicas e Institutos de Pesquisas, reformularmos os Fundos Setoriais e ampliarmos os recursos para a infra-estrutura dos laboratórios, valorizando e estimulando seus profissionais em todos os níveis. É necessário e urgente pôr abaixo os muros do apartheid social e cultural que fratura a sociedade brasileira. Reconhecer a cultura como um direito social básico, condição para o pleno exercício republicano e democrático. Conjugar as políticas públicas de cultura em todas as suas linguagens —música, literatura, artes visuais, teatro e cinema — com a ação cotidiana da rede escolar. Uma nação que se preza não entrega ao mercado a formação de sua juventude, o ensinamento dos seus valores éticos ensinados e aprendidos ao longo da história. Nós, cientistas, intelectuais e artistas identificados com as aspirações populares estamos convencidos de que Luiz Inácio Lula da Silva encarna profundamente a criatividade, a determinação, a honestidade, a altivez e o impulso de colher as esperanças que plantamos: é hora de eleger Lula Presidente. Rio, 29 de agosto de 2002 |
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