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La insignia
15 de setembro de 2002


Não tropece na língua!

Presente do subjuntivo: Que seja útil


Maria Tereza Piacentini (*)
Língua Brasil, setembro de 2002.


"Existe alguma regra que se refere ao uso do presente/futuro do subjuntivo que seja específica para orações subordinadas?" Marion Pinto, Florianópolis/SC

A própria origem da palavra "subjuntivo" (do latim subjunctivus, "que serve para ligar, para subordinar") indica sua função principal. O subjuntivo é por excelência o modo utilizado nas orações subordinadas que dependem de verbos cujo sentido esteja ligado à idéia de ordem, proibição, desejo, vontade, necessidade, condição e outras correlatas.

O uso do subjuntivo implica, em qualquer caso, uma probabilidade, uma não-concretização - ainda - de alguma coisa. Observe duas frases com a mesma construção:

- Temos lideranças que contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. [o verbo da oração principal é TER, portanto já existem tais líderes, o que implica o uso do modo indicativo na oração subordinada]

- Queremos formar lideranças que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. [aqui estamos na fase de QUERER: ainda não temos esses líderes, daí o uso do subjuntivo 'contribuam']

Exemplos do PRESENTE do subjuntivo:

Ordem, proibição, desejo, vontade, súplica

- Deseja que eu volte logo.
- Ordenou que paguemos a dívida.
- Proibiu que os sócios bebam. Implorou que eles trabalhem.
- Ele sempre pede que o pessoal estude com afinco.
- Nada impede que a integração se dê e que alguns gerentes de unidades de conservação possam ser escolhidos.
- Pretendemos desenvolver ações que incentivem a pesquisa e a implementação de práticas pedagógicas anti-racistas.
- Vamos discutir ações e propostas que busquem alterar as desigualdades raciais.
- Esperamos então que os guardas-parques que tanto queremos já possam estar uniformizados e trabalhando no próximo verão.

Dúvida, receio, necessidade, condição, apreciação, aprovação, admiração etc. :

- Duvido que saibas. Não acredito que chores por isso.
- Será melhor (ou pior) que não diga nada. Negou que tenha cometido o delito.
- Lamentamos que nossos atendentes sejam relapsos.
- É importante que todos percebam o real papel dos guardas-parques. Eles são os verdadeiros heróis da conservação das áreas protegidas e não é justo, nem bom para a natureza, que continuem sendo esquecidos
- É preciso que se deixe de lado esta visão que nos aprisiona num passado de dor e não permite melhorar as condições de vida dos afrodescendentes.
- O Estado deve definir políticas de inclusão que possibilitem às crianças condições de realizar seu percurso escolar até o ensino superior.
- Temo que não mais se publiquem livros que provoquem a discussão e o pensar.

Também usamos o presente do subjuntivo para referir fatos incertos com o advérbio talvez em períodos simples ou orações coordenadas: "Talvez eu assista ao jogo. / Talvez sejam contempladas, talvez sejam eliminadas". Igualmente em frases imperativas: "Que sejas feliz. / (Que) Deus nos abençoe. / Bons ventos o levem. / Cantemos a uma só voz..."

O assunto não se esgota aqui - o futuro do subjuntivo merecerá artigo especial.


(*) Maria Tereza de Queiroz Piacentini, autora dos livros "Só Vírgula" e "Só Palavras Compostas", é diretora do Instituto Euclides da Cunha - www.linguabrasil.com.br



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