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15 de outubro de 2002 |
Elizabeth Misciasci e Luciane Macario
Presídio de mulheres narra las experiencias reales de un grupo de mujeres dentro y fuera de las cárceles brasileñas, sin juicios morales sobre las protagonistas ni sobre el propio sistema penitenciario. Gracias a la amabilidad de sus autoras, Elizabeth Misciasci y Luciane Macario, La Insignia reproduce hoy la conclusión del texto, íntegramente diponible en hotbook.com.br
Tivemos a oportunidade de conhecer inúmeras pessoas, umas completamente realizadas com o rumo que suas vidas tomaram, outras portadoras de uma infelicidades indescritíveis, muitas donas de dores, vergonhas, traumas e remorsos irrecuperáveis e irreversíveis. A cabeça do "ser humano" é complicada, cada um tem uma forma diferente de analisar um fato ou de sobreviver a uma circunstancia, porém no geral, em determinadas situações quase todo mundo é igual. Descrever alternativas para acabar com a violência é fácil, difícil mesmo é entender os motivos e circunstâncias que levam uma pessoa a cometê-la e coibir definitivamente o ato. Pôr mais difícil que seja abordar naturalmente este assunto, ele necessita estar constantemente em evidência, pois a violência é real e fruto de um meio social que atinge a todos. Neste trabalho, conseguimos penetrar nas mais diferentes mentes de um contexto cruel, cada história, cada crime, cada pessoa se mostrou de uma maneira diferente. A maioria das mulheres que conversamos, foram incentivadas entre tantos motivos, pelo amor doentio; algumas delinqüiram pôr conveniência, ganância ou até mesmo pôr necessidades financeiras prevendo que um ato ilícito seria a solução para muitos problemas sem nem vislumbrar o precipício em que estariam se atirando. Deixamos de narrar algumas histórias que ouvimos, pôr achar que seria um desrespeito muito grande com seres humanos que certamente foram às vítimas destas histórias podendo notoriamente ao ler o relato identificar o fato á pessoa. Constatamos que algumas mulheres que tiveram seus dias de cárcere privado, divulgados pela mídia gerando assim o clamor público, aproveitaram-se deste fato acreditando ser uma maneira de se promover... exemplo disso foi uma mulher que tinha um envolvimento com um político famoso, e amargou alguns dias na cadeia, porém nossa conversa foi tão improdutiva ao nosso propósito que resolvemos não contar, pois quase todo o tempo em que conversamos, ela restringia-se a falar do seu "companheiro"; a única resposta cabível ao nosso livro que poderia ser acrescentada foi à afirmação de que na hora de sua prisão, não tinha ninguém que pudesse lhe levar uma "troca de roupas". Ela parecia estar em êxtase pela repercussão do assunto ou então adormecida e fixada na sua paixão que não demonstrou qualquer tipo de marca ou experiência colhida com o ocorrido. Selecionamos alguns casos que de certa maneira, nos marcaram. Aprendemos muitas coisas que, são totalmente alheias ao mundo fora das grades, descobrimos que cigarros, selos de carta e até mesmo um bife, podem ser motivos que levem alguém a morte. Mergulhamos em um universo onde a precariedade, a escassez, a falta de perspectivas, o desamor, a violência e o abandono são latentes. Algumas mulheres parecem não esquecer pôr nenhum segundo o momento da prisão, e sem conseguir disfarçar, arrependidas lamentam profundamente pêlos erros cometidos. Umas se adaptam ao sistema e levam a vida como podem, outras contam os segundos, minutos e horas... seus dias se resumem na espera de encontrar até uma cama, que pôr mais simples que seja possa ainda lhe pertencer e estar lhe aguardando do lado de fora e outras sonham esperançosas com um momento... o do regresso... esperando o abraço daqueles que ficaram ausentes, porque foram separados por um espelho de aço... e vivendo desta crença pacientemente acalentam a expectativa do reencontro fora das muralhas que a cercam, sem nem suspeitar que estas pessoas, este reencontro não acontecera como sonhado, pois elas há muito já foram esquecidas. Têm mulheres que se preocupam com o que vão fazer das suas vidas quando saírem, e outras já desesperançadas se entrega a total displicência e vive pôr viver. Tivemos o relato de mulheres, que não se conformam pôr terem que arrumar, um papel velho, para lhe servir de "modess" absorvente intimo, nos dias em que são necessários e pôr fim, descobrimos que para algumas mulheres a cadeia é apenas um fato novo, ou mais um em suas incansáveis vidas e outras que carregam a dor da vergonha e do arrependimento como se estas sensações estivessem nas correntes sangüínea andando pôr seus corpos e finalizando em sua em suas almas. Porém pudemos perceber que a grande maioria se entregou ao crime pôr alguém, provavelmente um homem. Um homem que amou e este sem dó nem piedade lhe motivaram inculcando em sua mente um desejo... o desejo de matar, morrer, se arriscar ou...sobreviver atrás das grades, grades estas, que lhes servem hoje de local para reflexão, aonde conseguem ver, sentir e enxergar o que o amor, a cumplicidade, o ciúme a ganância e muitas vezes as porradas conseguiram perpetuar. Infelizmente a mulher não evoluiu só na sociedade aberta, descobrimos que a mulher pôr sua total competência, pode superar e muito um homem, e este aspecto se estende também à vida do crime. Pôr fim num sistema prisional feminino, a sobrevivência, parece ser mais branda do que num presídio de homens, porém de uma coisa estejam certos, não existe nada mais triste, do que uma companheira, uma amiga, uma neta, uma filha, uma irmã, uma mãe por fim uma mulher, atrás das grades, amargando seus dias num presídio de mulheres. |
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