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2 de fevereiro de 2002 |
Grandes provérbios adaptados ao Brasil de FHC Carlos Castelo Branco
A situação do nosso querido país é tão complexa que só nos salvaremos sendo
simples. As teses sociológicas e econômicas parecem ter se exaurido.
Os babalorixás erraram as previsões. Ninguém previa que o Maranhão seria modelo para o futuro da nação. Diante de tal berlinda, busquemos a descomplicação. E nada mais singelo que um provérbio. Até o velho Freud atribuía a eles uma condensação de conceitos capaz de mover montanhas. Sejamos proverbiais, portanto. Pois mais vale seqüestro-relâmpago que me carregue do que seqüestrador que me apague. Quem cedo madruga, termina falindo. Brasileiro só fecha a porta depois de ser roubado, seqüestrado, estuprado e queimado. No Brasil, a justiça tarda mas falha. A grana do vizinho traficante é sempre mais verde. O futuro a George Bush pertence. A voz do povo é a voz do presidente do FMI. De pensar morreu um tucano. Água mole em pedra dura tanto bate que a pedra confessa. Quando o milagre é demais, até o Brindeiro desconfia. Aqui se faz, aqui se dá o calote. As feias que me perdoem, mas a corregedora Anadyr extrapolou. Depois da tempestade vem o apagão. Nem tudo que reluz é o patrimônio do Roberto Marinho. No Brasil, o ladrão é que faz a ocasião. Em terra de cego, quem tem um olho logo perde no SUS. A economia ? de energia ? é a base da porcaria. Não há bem que sempre dure, nem neolilberalismo que nunca se acabe. O inferno está cheio de boas intenções e de medidas provisórias. Tristezas de ministro não pagam a dívida externa. O sol nasce para todos, já a energia elétrica só para quem obedecer a cota. Quem com ferro fere com habeas-corpus será absolvido. Deus ajuda quem cedo sonega. Para bom entendedor, meia palavra é erro ortográfico. Dinheiro sujo se lava em casa. Atrás de uma bola vem sempre uma criança; e atrás de uma criança vem sempre a Xuxa e a Marlene Mattos. Por fora, bela viola; por dentro, merenda escolar. A mentira tem pernas curtas e o FHC nariz comprido. Se correr o bicho pega, se ficar o Everardo Maciel come. Quem ama o Enéas, Gianecchini lhe parece. A pressa é a inimiga da ejaculação. O pior cego é o que não quer ouvir Steve Wonder. Quem vê cara não vê popozão. |
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