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19 de janeiro de 2007 |
Fernando Soares Campos
Outro dia contei um sonho... quer dizer, pior, um pesadelo que tive noite dessas, mas ninguém acreditou que sonhei, ou "pesadelei", aquilo. Algumas pessoas até arriscaram uma interpretação freudiana sobre o meu sonho; outras acreditaram tratar-se simplesmente de uma projeção lúdico-onírica influenciada pelas aventuras dos agentes Maxwell Smart (Agente 86) e Topper Harley (Top Gang). Teve um engraçadinho que falou: "Nem Fidel Castro teria um pesadelo desses", e forçou um riso que pretendia ser a apoteose do seu sarcasmo. Mesmo assim eu quis saber por que ele relacionava Fidel ao pesadelo que lhe contei. Aí o camarada me fez lembrar da Operação Mangosta, os planos dos EUA, no início dos anos 60, para criar pretextos que justificassem uma invasão militar a Cuba.
Pensei: acho que ele tem razão, meu pesadelo tem realmente alguma coisa em comum com a Operação Mangosta, mesmo que seja apenas uma analogia dos aspectos operacionais desta com os "fatos" ocorridos no meu pesadelo. Senão vejamos alguns detalhes da macabra operação que a CIA montou para vender ao mundo uma imagem terrorista da revolução cubana. A Operação Mangosta previa, entre outras ações, simular um ataque à base militar de Guantánamo pelos cubanos exilados nos EUA, porém travestidos de soldados da revolução cubana. Os sujeitos destruiriam aviões e instalações, seriam capturados e mandados para prisões, de onde sairiam protegidos por novas identificações pessoais. O ataque ofereceria o pretexto para um contra-ataque direto a Cuba e a conseqüente reconquista do país que ousou desafiar Washington. Também estavam nos planos macabros uma possível explosão de um navio (não tripulado) nas proximidades de uma importante cidade cubana. Ao sinistro se seguiria uma simulada operação de resgate das inexistentes vítimas. Os principais jornais dos Estados Unidos publicariam a lista da "baixas", gerando comoção mundial e revolta contra o regime revolucionário de Cuba. Aí, não teria OEA nem ONU que segurasse a invasão da ilha de Fidel. Mas... o que isso aí tem a ver com o meu pesadelo?! Nada. Ou quase nada. Realmente essa parte da Operação Mangosta ainda não tem muito que se possa relacionar com o meu letárgico sonho. Entretanto o hediondo plano também providenciava ações como, por exemplo, fazer explodir um avião norte-americano, também sem tripulantes e passageiros, e anunciar, com muito pesar, uma falsa lista de tripulantes e passageiros. Quem teria derrubado o tal avião?! Claro, os cubanos sob o comando de Fidel Castro; afinal, Usama Bin Laden, na época, era apenas um molecote de 5 anos, brincando de montar camelo nas costas dos amiguinhos. Peralá, acho melhor parar com esse papo cerca-lourenço e ir direto ao que acredito ter alguma relação entre o meu pesadelo e a Operação Mangosta. Bom, eu sonhei que um avião, zerinho!, zerinho!, decolava de um aviário (pô!, em sonho vale tudo) no Vale do Paraíba. Os equipamentos funcionavam às mil maravilhas. Tinha plano de vôo, combustível e scotch 12 anos. Montados na gigantesca ave metálica estavam, além da tripulação, alguns caronas, num total de sete pessoas; entre elas, Joe Vigarista, ou Zé Shark, como o cara é conhecido em Nova York, há long time. Eu voava em outro avião na mesma rota, mas em sentido contrário. O avião de Joe Vigarista passou perto de nós, mas nem tão perto assim, nada que oferecesse qualquer risco de colisão. Súbito!, apareceu um óvni com aparência de morcego. Notei que alguns dos passageiros a bombordo haviam visto o morcegão. Como estávamos sobrevoando a selva amazônica, acreditei estava vendo um pterossauro que, devido ao aquecimento da Terra, havia saído da caverna onde sobrevivera por milhares de anos, para se refrescar planando sobre a floresta. Aquilo me assustou! Principalmente quando notei que não se tratava de pterossauro coisa nenhuma! Era um bicho bem mais feroz: um falcão da noite, que, num dialeto dos índios do Alto Xingu, escreve-se "nighthawk". O passageiro à minha frente gritou: "Olha lá!, ele disparou alguma coisa contra nós!". Eu vi aquela coisa se aproximando. A comissária que passava ao lado ainda lhe perguntou: "O senhor precisa de alguma coisa?". Naquele momento, não sei bem o que aconteceu, apenas ouvi o som abafado do impacto do objeto lançado pelo nighthawk no casco da aeronave: TUM! Isso mesmo, TUM!, não foi "bum", mas TUM! Deve ter sido lá atrás, pois o avião desandou, rodopiou e despencou em parafuso. Aí sim foi BUM!, e eu acordei todo suado. Mas... o que isso tem a ver com Operação Mangosta?! Sei lá! Eu só sei que no dia seguinte liguei a tevê e ninguém falava de um avião que teria caído na Amazônia, pois era véspera de eleição e as editorias dos noticiários de tevê tinham assuntos mais importantes a tratar do que falar de um pesadelo sem pé nem cabeça. Porém, o que mais me impressionou nessa história foi Joe Vigarista, dias depois, contar que... "Era um vôo confortável, rotineiro. Com o quebra-sol da janela fechado, eu estava descansando em meu assento de couro a bordo de um jato executivo de US$ 25 milhões, voando a mais de 11 mil metros acima da vasta floresta tropical Amazônica. Cada um dos sete a bordo do jato para 13 passageiros estava na sua. Sem aviso, eu senti um solavanco e ouvi uma forte batida, seguida por um silêncio assustador, exceto pelo zunido dos motores. E então vieram as palavras que nunca esquecerei. 'Fomos atingidos', disse Henry Yandle, um outro passageiro que estava em pé no corredor perto da cabine do jato Legacy 600 da Embraer." Pô! Joe Vigarista não vai esquecer as "palavras'. Eu não consigo esquecer a forte batida, TUM!, e, como diz Joe Vigarista, "sem aviso", ouvi o BUM! Mas... o que diabos isso tem a ver com Operação Mangosta?! Sei lá! |
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