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12 de julho de 2006 |
F. Ponce de León
Roger Keith "Syd" Barrett, co-fundador da banda inglesa Pink Floyd, morreu na última sexta-feira (07/07), em Cambridge (Inglaterra). Só hoje, porém, foi que a notícia ganhou asas e circulou mundo afora. Ainda não ficou claro, porém, se a causa de sua morte foram mesmo as complicações advindas da diabete que há anos o acometia. Syd Barrett nasceu em Cambridge, em 6 de janeiro de 1946, e era o caçula de cinco irmãos. Começou a se interessar pela música ainda criança. Em 1965, ao lado de três amigos mais velhos, Roger Waters (1943-), Nick Mason (1944-) e Rick Wright (1945-), e após uma ou outra experiência com bandas, ajudou a fundar o Pink Floyd - o nome do grupo é uma combinação que envolve o primeiro nome de dois músicos americanos, Pink Anderson (1900-1974) e Floyd Council (1911-1976). Distúrbios mentais, agravados, ao que parece, pelo consumo de drogas alucinógenas, afastaram Barrett prematuramente do mundo da música. Apresentações ao vivo, gravações e mesmo o convívio com os demais integrantes do Pink Floyd tornaram-se experiências cada vez mais raras e constrangedoras. No início de 1968, ele foi afastado, sendo substituído por David Gilmour (1946-), amigo que começou cobrindo seus furos e logo passou a se apresentar regularmente com o grupo. Barrett participou de modo efetivo apenas do primeiro álbum do Pink Floyd, "The piper at the gates of dawn" (1967); no segundo, "A saucerful of secrets" (1968), sua participação já foi bem menor. No álbum seguinte, "More" (1969), trilha sonora do filme homônimo, a formação do grupo e as canções já não contavam mais com a sua participação direta. A partir daí, no entanto, a figura de Barrett adquire ares de mistério sombrio e tudo em torno dele torna-se motivo de especulação. Embora fisicamente longe dos estúdios de gravação e das apresentações ao vivo que o grupo fazia mundo afora, Syd Barrett era uma figura recorrente nas entrelinhas de canções gravadas pelos Pink Floyd. Lá estava ele, por exemplo, em "Brain damage", do álbum "Dark side of the moon" (1973), como também em "Shine on you crazy diamond", do álbum seguinte, "Wish you were here" (1975). Isso para não falar em "The wall" (1979), álbum duplo cujo personagem principal (Pink) seria ele próprio uma referência a Barrett. Ainda hoje, não consigo colocar "Wish you were here" no toca-discos sem me lembrar da primeira vez que ouvi o solo de abertura de "Shine on you crazy diamond", 30 anos atrás. Na letra dessa canção, que abre o lado A do disco, o fantasma de Barrett não demora a se insinuar:
Remember when you were young, you shone like the sun. Shine on you crazy diamond Soube da morte de Syd Barrett de manhã cedo. À tarde, ouvi um dos lados do único disco seu que temos aqui em casa, "Opel", lançado em 1988, mas cujas 14 faixas foram todas gravadas entre 1968 e 1970. (Nove das 14 faixas foram produzidas ou co-produzidas por David Gilmour.) Intrigante e melancólico. Como melancólico foi saber hoje do desaparecimento de sujeito tão talentoso. Adeus, Syd "Crazy Diamond" Barrett. |
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