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27 de junho de 2005 |
Tostão
No primeiro tempo, a Alemanha marcou por pressão, como fez a Argentina contra o Brasil, e anulou o toque de bola brasileiro. Como a Alemanha não tem talento ofensivo, os quatro gols só poderiam sair de bolas paradas.
No gol de escanteio da Alemanha, a bola saiu com muita curva, com velocidade, sem subir tanto, caiu na entrada da pequena área e pegou o atacante de frente para o gol. Quando o escanteio é muito bem batido como esse, fica mais fácil para os atacantes do que para os zagueiros. Se o goleiro tenta sair do gol, fica no meio do caminho e/ou tromba com vários jogadores. Por isso, não houve falha do Dida. Nem no gol contra o México. O primeiro tempo foi um típico jogo dos tempos atuais. Feio e de muita marcação. Hoje, é mais importante ter um especialista em cobranças de bolas paradas do que um jogador apenas habilidoso. No segundo tempo, como se esperava, a Alemanha cansou, deu espaço para a troca de passes, o Brasil criou várias chances de gol e teve ótima atuação. Depois do gol, com a entrada do Renato no lugar do Kaká, Parreira colocou o esquema que gosta, com três no meio-campo, um único meia de ligação e dois atacantes. Antes do quarteto, havia dois meias-atacantes (Ronaldinho Gaúcho e Kaká) e um único atacante (Ronaldo). Mas Kaká não pode ficar de fora. Ninguém aceitaria. Esse é o grande dilema do Parreira. Só Adriano teve uma excepcional atuação. Roque Júnior foi o pior. Cicinho entrou muito bem no segundo tempo. Nesse jogo, o Brasil foi melhor no conjunto do que individualmente. Isso é raro e importante. Nem sempre se pode depender dos craques. A vitória, mesmo sem muito brilho, foi mais uma evidência de que o Brasil é o mais forte candidato ao título desta competição e do Mundial de 2006. Há várias seleções melhores do que a Alemanha, mas em casa, os alemães são fortes. Parreira disse que esse torneio seria o teste definitivo para o quarteto. Ainda falta o jogo final, mas já se pode dizer que, no mínimo, o quarteto é uma ótima opção. O técnico mudou a forma de jogar durante as duas últimas partidas, o que não acontecia. Ele está percebendo que não existe uma única verdade, um esquema ideal para todas as situações. Isso é bom. Há várias maneiras de vencer e de jogar bem. Terceiro olho Atlético-PR e São Paulo sufocaram o Chivas e River Plate e conseguiram ótimas vantagens. Os técnicos brasileiros estão utilizando mais a marcação por pressão. É a blitz. Não dá geralmente para fazer isso durante os 90 minutos. Mas o Atlético-PR fez. Muitas vezes não dá certo porque diminuem os espaços no campo do adversário, como aconteceu com o Fluminense no jogo contra o Paulista. A defesa do time que pressiona fica também desprotegida para os contra-ataques. A importante presença do Souza no segundo tempo contra o River Plate foi mais uma evidência de que em um time que joga com três zagueiros e no ataque, é melhor escalar de ala um meia do que pedir para um lateral ou um volante improvisado avançar mais do que o habitual. Os técnicos fazem pouco isso. Já na Argentina, com a vantagem de dois gols, será melhor escalar de inicio o Souza ou um marcador? Esse é um problema para o Paulo Autuori resolver, e não para o analista. Ainda bem. Comentar depois do jogo é mais fácil. Danilo foi novamente importante. Ele é um desses meias mais lentos, que pega pouco na bola, que é chamado de sonolento como Alex, mas que é criativo, passa, cruza e finaliza bem. As suas deficiências são mais valorizadas do que as suas virtudes. Além das cobranças excepcionais de pênaltis e faltas, Rogério Ceni é o líbero do São Paulo. Quando o time está no ataque e os defensores adiantados, o goleiro faz a cobertura em caso de contra-ataque. Para fazer isso bem, como fazem Rogério Ceni e raríssimos goleiros, é preciso ter um olho no passe e na bola, outro no posicionamento dos zagueiros e atacantes e um terceiro olho, o de dentro, o da percepção, da imaginação e da intuição. |
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