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4 de abril de 2005 |
Tostão
Nesta semana de Fla-Flu, sonhei que entrevistava Nelson
Rodrigues, o maior tricolor e o maior e mais extravagante
cronista brasileiro. Quando ele me viu, disse: "Como vai,
Anão de Velázquez?". Assim ele me chamou numa de suas
crônicas, referindo-se ao anão que aparece numa das grandes
pinturas de Velázquez, "As meninas".
- Quando nasceu o Fla-Flu?, perguntei. Duas seleções Como disse José Trajano, houve contra o Uruguai uma seleção brasileira sem áudio e outra com áudio -a da TV Globo, que transmitiu o jogo. A seleção sem áudio, real, jogou com muita garra, marcou bem no meio-campo e na defesa, mas teve pouquíssimo brilho. Do meio-campo para a frente, ficava embolada com três duplas na faixa central (dois volantes, dois meias e dois atacantes). Ninguém atuava pelos lados. Robinho entrou bem, mas também jogou pelo meio. Nenhum lateral do mundo consegue marcar, fazer a cobertura do zagueiro e avançar, com freqüência, pela ponta. A seleção com áudio, a que é assimilada e repetida pela maioria das pessoas e que passa a ser a verdadeira, fez uma grande partida, além de jogar com garra. Parecia que o Brasil dominava o jogo e que as grandes chances de gol eram da seleção brasileira. Ronaldinho Gaúcho, o único que ensaiava e quase completava espetaculares lances, era o único criticado. Até o Ricardo Oliveira, mais estático ainda do que o Ronaldo, atuou bem. No outro dia, Parreira declarou: "A seleção mostrou o verdadeiro futebol brasileiro, botou a bola no chão e impôs a sua técnica. Foi uma atuação que me encheu de alegria". Ele deve ter assistido ao teipe e ficado eufórico com tantos elogios ao time. A mesma influência acontece também na sociedade. Como já disseram algumas vezes respeitáveis sociólogos, a cultura brasileira é das novelas, dos "Big Brothers" e das celebridades. |
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